Querido diário, tenho uma auto-estima elevadíssima. Acho que
duas coisas muito difíceis de serem retiradas de mim, quase inabaláveis, é a
minha auto-estima e meu bom humor. Independendo da circunstância, sempre me
esforço para continuar me achando gostosa e ser feliz, afinal uma mulher que se
acha, que se sente, é poderosa, e a minha felicidade deve independer de outras
pessoas.
Estou apaixonada e não é mentira. Ele me agrada em tudo,
tenho medo de perdê-lo, adoro estar com ele. Se isso não é paixão, é loucura.
Confesso, há sim uma certa parte de interesse, se ele não tivesse o carro que
ele tem, o cargo que ele tem, eu jamais teria me apaixonado. Mas meus beijos
são sinceros, minha vontade de estar perto a todo momento é verdadeira. Os
arrepios e gemidos são intensos. E só em pensar que essa relação pode ter um
fim, de repente ele desgostar de mim, me preocupa, me enlouquece.
Mas estar apaixonada também me preocupa, ficar dentro de
casa, não sair mais para pegar ninguém me assusta. Eu não sou mais a mesma de
antes. Involuntariamente, eu estou o respeitando, zelando-o, e será que ele
merece esse respeito? Será que nos folgões em que ele passava 4 dias em casa
sem me procurar, ele passava fazendo o que? Jogando xadrez? Será que esse caso
que ele teve de muitos anos com uma jumentinha que mora no mesmo bairro que eu,
será que ele terminou mesmo? Ou está me iludindo, me enganando?
Entregue, eu estou. Essa semana tentei perder minha
virgindade com ele, estava muito tensa, minha vagina contraiu e não
conseguimos, mas estou disposta a perder com ele, afinal, não sou santa, chegou
o momento, e vou perder com quem estou apaixonada, e não com um qualquer.
Eu sou piriguete, era, sou, não sei mais. Até o meu fogo para
ir às festas acabou. Estamos entrando no mês de junho, moro na região nordeste,
aqui já tiveram vários shows, festejos juninos, eu ainda não tive vontade de ir
para nenhum. Faz muito tempo que eu transei com outra pessoa, foi muito bom, às
vezes sinto saudade dele, mas não tenho a mesma vontade de encontrá-lo.
Eu quero é o meu Giovanni. E faz muito tempo que eu fico só
com ele. Guardo os meus dias de sol para ele. Os dias de chuva, não procuro
outra pessoa para me consolar. Os dias em que ele trabalha eu passo em casa. Os
dias em que ele está de folga, eu fico em casa esperando ele me ligar. Os dias
em que ele me chama, diferente dele, eu não penso duas vezes estou lá. E sei que
isso é ruim para mim, o nome disso é dependência. Os meus dias de sol devem ser
meus, compartilhados com quem merecer e com quem eu tiver vontade. Nos dias de
chuva, eu não posso passar frio. Se ele está trabalhando, eu deveria aproveitar
e sair para dar o troco. E quanto aos dias que ele está de folga, devo chamar,
e se ele não aceitar, hasta La vista, baby, pego outro. Estou apaixonada,
quieta, em desvantagem, e não estou me reconhecendo.
Domingo eu tiro o pé da lama, saio da seca. Encontro alguém
para elevar ainda mais minha auto-estima, me deixar mais alegre. Alguém que
distraia a minha mente e tire de mim o foco dessa paixão tão dependente. Não
quero mudar involuntariamente.
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