Que as águas dos rios estejam ao meu favor, se movimentem em
prol da minha felicidade e realização dos meus sonhos.
Que o amor seja constante, estável, intenso e eterno. Que ele
se apaixone por mim como nunca se apaixonou por ninguém, pense em mim ao dormir,
ao acordar, e não consiga respirar sem estar ao meu lado. Que na cama ele sinta
a força desse amor e nunca me deixe, que fique aos meus pés, completamente
apaixonado. Que eu também seja dele, não conduza ninguém a uma vida falsa, não
sou perfeita, não sei se seria fiel, mas me comprometo a fazê-lo o homem mais
feliz do mundo.
Que a minha beleza, a beleza que vem dos rios de água doce
encante os olhos dele e enfeitice a sua mente. Que eu seja sua mais bela
lembrança e o seu mais inesquecível presente, que ele nunca esqueça o brilho
quase malicioso dos meus olhos e os lábios da minha boca que pareciam gritar de
desejo. Que esse amor seja rico, rico e belo, que ele se apaixone por mim assim
como Xangô se apaixonou por Oxum.
-
Querido diário, há aproximadamente um mês, eu e Giovanni
estávamos tendo uma amizade colorida, um modo carinhoso de nos tratarmos,
conversávamos quase todos os dias, ele me ligava, eu mandava mensagens, quando
nos encontrávamos era carinhos e abraços. Mas não passava disso.
Comecei a ficar apreensiva porque o tempo passava e nada
acontecia com o homem ideal. Pedi a Mamãe Oxum que adiantasse as coisas, que
fizesse ele se encantar e se apaixonar por mim. Prometi a Rainha das Águas
Doces que quando estiver namorando com ele como forma de agradecimento levarei
em teus rios 7 buquês de rosas amarelas, 7 espelhos e 7 colares de ouro.
Minha Mãe Oxum adora ser cultuada, adorada, admirada, e eu a
admiro como ninguém, Oxum é para mim como mãe e amiga num elo eterno. Ela adora
jóias, luxos e ostentações, assim como eu também. É bela, sedutora,
manipuladora, assim como eu quero ser também.
Para ela nada é difícil, tudo é muito fácil de conseguir, e o
que importa é a riqueza, o amor, ser admirada e desejada. Não foi à toa que
sendo uma das três esposas, era a preferida por Xangô.
A minha Mãe tem um doce, num néctar, um poder de
encantamento, ela tem um apreço por mim, amor, afinal é minha Mãe, quer me ver
feliz, é ao meu favor, e faz tecer a minha felicidade e a realização dos meus
sonhos.
Pedi a Oxum que adiantasse as coisas, e que essa amizade
colorida progredisse.
Certo dia, ele estava saindo do turno da zero hora, e eu que
entro no trabalho às 7h estava chegando. Fui bem arrumada, bonita e perfumada.
Até aquele momento apenas conversávamos, eu sabia que ele me queria, e ele
também sentia o meu interesse. Estava conversando com ele normal, sobre um
assunto banal, quando ele me abraçou no corredor e disse que ia embora que lá
no setor não tinha nem como disfarçar, mas que me ligaria depois.
Eu fiquei espantada, as coisas mudaram de uma hora para
outra, disfarçar o que se a gente não tinha tido nada?
Como prometeu, ele cumpriu, fora do setor, ainda dentro da
empresa, na saída, ele me ligou. Disse que me queria, mas que era melhor
mantermos a discrição dentro da empresa, mas que depois contaríamos tudo afinal
nada nos impedia.
Uma colega desconfiou, queria saber a qualquer custo quem me
ligara, e eu não disse. Depois ela mesmo me disse que sabia que quem tinha me
ligado era Giovanni, que foi lá fora e viu ele ao telefone no mesmo momento em
que eu também estava no telefone, mas disse que não contaria nada a ninguém. Se
ela viu mesmo ou estava jogando verde, eu não sei, mas não neguei e nem
confirmei.
Continuamos trocando mensagens, nos falando ao telefone até o
dia de nos vermos.
Marcamos para um sábado. Dia de sábado é o meu dia de santo,
não posso beber, namorar e só usar branco. Fiquei muito insegura, em dúvida,
porque sabia que o correto era eu guardar o meu dia de santo da semana, mas
também tinha que me encontrar com Giovanni, não poderia perder muito tempo. Mas
e se eu me encontrasse com ele num sábado quebrando a promessa e como um
castigo dos orixás eu perdesse ele por causa disso? Fiquei com muito medo, mas
fui mesmo assim. Pedi licença a Yemanjá e a Oxum, mais que licença, permissão,
pedi que abençoasse o meu encontro para que tudo ocorresse bem e eu não
sofresse faltas por não guardar um sábado, desde quando eu entrei no candomblé
eu guardo todos.
Antes do encontro,
acho que no mesmo dia pela manhã, troquei mensagens com ele e disse que estava
nervosa e ansiosa (não era papo estava mesmo, uma pilha de nervos), ele me
disse que eu ficasse tranquila, que no início dava um frio na barriga, mas que
depois passava. Disse que ele é maduro e seguro e que nem ao menos entende o
que eu estou falando sobre ansiedade num primeiro encontro, ele me disse que eu
estava enganada, que também estava inseguro afinal é um pouco tímido, mas que
não podia fugir da situação, me disse que era necessário me ver, conversar e
mostrar para mim a pessoa que ele é.
Escolhi uma roupa bacana que aumentasse as minhas curvas, dei
escova no cabelo, fui linda. Meio atrasada como sempre, mas ele muito gentil,
disse que eu ficasse tranquila quanto ao atraso.
Ele é muito vaidoso. É do tipo cinqüentão que sabe se
arrumar, e está sempre apresentável e perfumado. Enquanto estava no caminho,
ele ligou para mim para perguntar se deveria vestir bermuda ou calça, rs, eu
não opinei e disse que ele vestisse o que achar melhor.
No caminho eu me sentia realizada, por conseguir subir no
primeiro degrau, um primeiro encontro com o homem dos meus sonhos, o homem
ideal, cheio de riqueza. Mas também me sentia meio insegura, ansiosa, será que
ia rolar a química, será que ele iria gostar dos meus beijos? E eu será que ia
conseguir sentir prazer com um velho? Será que realmente valia a pena sair com
alguém que você não gostava só pelo dinheiro?
Cheguei na rodoviária e liguei para ele, ele já estava
chegando. O programa era que a gente iria sair para tomar um açaí. Claro, um
encontro muito xexelento para um homem que tem dinheiro, mas eu não poderia
simplesmente convidá-lo para um lugar caro, isso além de ser falta de educação,
iria demonstrar o meu interesse pelo dinheiro dele.
Logo ele chegou à rodoviária, com o carro chiquérrimo dele.
Queria revelar a marca do carro, mas seria um risco perigoso demais, então
vamos dizer que o carro dele, o carro que me apaixonou, é um Hyundai.
Ele chegou com a Hyundai, eu entrei no carro, insegura. Ele
me disse que eu estava linda. E eu sei que estava mesmo, com os cabelos longos
e lisos, com uma maquiagem que marcava o meu olhar. Abraçamos-nos, por um bom
tempo ficamos abraçados e ele me beijou. Foi um beijo logo de cara assim que
entrei no carro, não queria que fosse assim, mas por um lado foi bom, porque o
que mais estava me deixando nervosa era isso, o beijo, não sabia se deveria
beijá-lo assim que chegasse ou só depois que o clima esquentasse... e se o
clima não esquentasse, e se eu ficasse sem jeito de beijá-lo? Enfim, nos
beijamos. Ele me disse: −Que beijo bom, será que eu vou ficar
viciado nesse beijo?
No caminho, ele me perguntava para onde iríamos, eu disse que
não poderia beber porque estava no dia de santo, que era melhor tomarmos um
açaí. Ele ficou um tempo calado, e depois começou uma ladainha para me levar
adivinhe aonde, diário? Para a casa dele.
Surpreendeu-me, pelo modo que ele me tratava não pensei que
ele iria querer sexo logo de primeira. O encontro foi para tomarmos açaí, ele
mesmo disse para mim que queria conversar e me conhecer melhor. Eu neguei,
disse não, que não me sentiria a vontade e que não iria para casa dele. Ele
insistiu muito e eu continuei negando. Ele me disse: −Ok, já já, a gente chega num barzinho.
Fiquei um pouco mais tranquila. Na direção do barzinho, ele
queria saber mais sobre a minha religião, disse que apesar de não conhecer
absolutamente nada, admira, e que como estudou filosofia, aprendeu a ter
respeito por todas as religiões.
Eu disse para ele que o Deus do candomblé, é o mesmo Deus de
todas as outras religiões, o Deus que criou o mundo e que foi capaz de se
sacrificar numa cruz por amor aos filhos teus. Que assim como a Igreja Católica
cultua os seus santos, o candomblé também cultua os seus. Que a única diferença
é que os santos da Igreja Católica são falecidos, e os do candomblé estão vivos
na força da natureza, é um culto a natureza, a energia e ao axé. Disse para ele
que cada pessoa tem um orixá de cabeça, uma espécie de anjo da guarda, do qual
Deus determinou que o acompanhasse e protegesse, que cada pessoa tem 3 orixás,
um de cabeça e outros dois que acompanham, e que o indivíduo acaba absorvendo
as mesmas características dos orixás, é como se o orixá fosse a própria pessoa.
Ele me perguntou se absorve as características com o tempo. Eu disse: −Não, já nasce assim.
Falei para ele que sou de Yemanjá , a Rainha dos mares, águas
salgadas, da existência da vida; que sou de Oxum, a Rainha da beleza, das águas
doces, do amor, da fertilidade e do ouro; que sou de Ogum, o senhor dos ferros,
grande guerreiro que corta a cabeça dos meus inimigos com a espada de fogo,
sincretizado com São Jorge. Mas não gosto de sincretizações.
Disse para ele que ele deve ser de um orixá bem calmo, terno,
elegante. Mas que não tinha como saber, a não ser pelo jogo de búzios.
E chegamos ao tal barzinho, um condomínio. Ele me disse: −Eu moro aqui.
Que insistência para me levar para a casa dele, toda a balela
era mesmo mentira, o que ele queria mesmo era sexo, ok.
Continuei fechada, dizendo que não queria entrar na casa
dele. Ele colocou o carro na garagem e me disse: −Garota de Várias Faces, eu te trouxe
aqui porque fica melhor pra gente conversar, talvez num barzinho ou em outro
lugar a gente nem poderia conversar, com som alto na rua e etc. Continuei com a
cara fechada e de desconfiada. Ele continuou: −Você acha que eu iria forçar qualquer
coisa com uma colega de trabalho?
Saímos do carro, e ele me chamou para mostrar cada canto da
casa.
Pelas fotos eu achava que era uma mansão, realmente é uma
casa muito arrumada, bonita, fina, cheia de espelhos e objetos caríssimos, mas
é pequena. A minha casa dá umas três da dele.
Ele tem um cachorro pitbull, extremamente dócil, velho e
cego, e feio, para o diário eu posso dizer. Ele tem o quarto da empregada, é
tudo tão arrumado, como se ela fosse membro da casa e não apenas uma empregada.
Já ouvi comentários na empresa que ele tem alguma coisa com ela, afinal, um
coroa solteiro que mora sozinho, morar com a empregada jovem, uma loira linda,
pelo menos nos momentos de carência é lógico que eles se atracam, e ele me
levou para casa dele justamente num dia em que ela não estava em casa.
O quarto dele tava todo arrumadinho, o banheiro do quarto
dele é bem pequenininho, ele tem um closet, e no quarto dele um quadro de uma
mulher nua.
Lá em cima, ele me falou um pouco sobre a vida afetiva dele,
disse que era divorciado há 5 anos, e desde então solteiro, namorou uma
DELEGADA, e terminou o namoro porque ela era muito ciumenta e agressiva, que
ela o teria até ameaçado. É claro que quando ele falou que namorou uma
delegada, minha auto-estima fora para o lixo, o que seria uma delegada perto de
mim, estagiária e de nível superior incompleto? Mas será que era verdade mesmo?
É possível, ela é do nível social dele. Mas ele não falou de nenhuma outra
namorada, mas sim da delegada, como se fosse um troféu ter namorado uma
delegada, ou como se quisesse mostrar para mim o nível de pessoas que ele
namora. Da paupérrima que mora lá no meu bairro, ele não falou nada, né?
Eu já sabia que ele tinha uma quenga no mesmo lugar que eu
moro. Mas conversa vai e conversa vem ele também me falou dela. Falou que
namorara essa menina por 3 anos, que a conheceu numa festinha, mas que tinha
terminado o relacionamento há poucos dias. Eu não acredito que ele terminou o
relacionamento. É lógico que isso é caô ...
Mostrou-me a casa toda e descemos, ficamos conversando no
sofá de couro, coisas sobre a empresa, sobre a minha religião. E percebi que
ele não tomava atitude, que nos momentos que a conversava parava nós sorríamos
um para o outro completamente sem graça. Não podia deixar a situação ficar tão
fria. Num desses momentos de pausa da conversa, eu tasquei um beijo na boca
dele, e ficamos nos beijando.
Ele é fumante, e o cheiro e gosto de cigarro, que por sinal
estavam bem fracos, não me incomodou.
Conversávamos, nos beijávamos e eu sentia muito calor. Aquela
casa dele era muito quente. Pedi para irmos ao terraço.
Ao chegar lá, ele ficou meio que preocupado com os vizinhos,
afinal não era legal NUM CONDOMÍNIO, ambiente totalmente familiar ter um casal
se agarrando no terraço. Lá eu tentei caprichar, o agarrei passando as mãos no
peito, nas costas e cabelos dele, dei suaves chupadas no pescoço e na orelha.
Não estava ruim, mas não estava bom. Em vez de tesão eu tava
sentindo tédio, realmente ele não me levou para casa dele com segundas
intenções, o cara não avançava a mão em lugar nenhum, não tentava absolutamente
nada. O pau não subia, e ele parecia estar apreensivo com alguma coisa. Eu o
beijava e pensava: −Que velho sem graça!
A coisa começou a melhorar, quando fiquei de costas pra ele e
ele começou a me apertar contra o parapeito de uma forma que até me machucava,
e você sabe diário, que eu adoro sentir dor, em outras palavras ele estava me
encoxando, e eu gostei dessa ousadia.
Depois de um bom tempo de beijos e amassos, pedi para
sentarmos, estava cansada de ficar em pé. Ficamos sentados nas cadeiras do
terraço dele, ele carinhosamente ao meu lado, pegando na minha mão.
Falou sobre a carreira dele como empresário de banda, há
muitos anos atrás ele era dono de uma banda bastante conhecida aqui no
nordeste. Questionei como seria manter a discrição disso que estava acontecendo
lá na empresa. Ele disse que não iria esconder, afinal, não estávamos fazendo
nada de errado, que na festinha que ele iria dar na casa dele, ia me beijar muito
na frente de todos.
Porém, eu sei que nessas festas que ele dá de vez em quando
para o pessoal da empresa, os filhos dele também estão presente. Perguntei o
que os filhos dele iriam pensar. Ele disse que já passou desse tempo de os
filhos se intrometerem na vida amorosa dele, que eu ficasse tranquila.
Com vontade de agarrá-lo mais, o chamei para irmos ao sofá.
Ele disse: −Vamos.
Ao passar pelo quarto, ele puxou a minha mão: −Venha pra cá, aqui é mais fresco.
Eu disse: −Não, Giovanni, eu não vou para o seu
quarto.
−Mas não é pra cama não, é pra janela.
E ficamos na janela nos beijando deliciosamente. A pressão
aumentou quando ele começou a roçar o pau duro dele na minha buceta, de uma
forma que eu sentia tanto que nem dava para saber se estava dentro ou fora. Eu
fiquei louca.
Ele aproveitou a situação e caiu na cama, com um sorriso nos
lábios que tinha certeza que ia me amar naquele momento.
Já ia tirando a camisa. Eu disse: −Não tira roupa não!
Ele me obedeceu.
Me deitei na cama e ficamos num amasso delicioso e bem
quente. Ele subiu em cima de mim, eu vulnerável, com as pernas abertas, ficou
roçando o pau dele em mim. Eu sentia tesão, mas claro naquele momento eu senti
muita preocupação.
Todos os meus planos tinham ido de água a baixo, eu saí de
casa planejando tomar um açaí com o homem ideal e naquele momento já estava na
cama com ele. Meus planos de ser enamorada de um Hyundai foram para o fundo do
poço, né.
Apreensiva, eu disse: −Giovanni, sai de cima. Ele continuou.
Eu disse: −É sério, sai. Ele disse, me puxou e fiquei na posição que ele
queria: −Ok, vou sair de cima, então venha você pra cima de mim.
Ele é muito dominador na cama, e eu gosto disso. Mas o meu
intuito é conquistá-lo e não transar. Para mim ele é um investimento, não uma
curtição, não posso me deixar levar pelas emoções e nem pelo tesão, seria um
erro muito grande.
Quando tudo já estava de água a baixo, e o fogo lá em cima,
eu disse: −Olhe, Giovanni, eu não quero transar com você pelo fato de
estar menstruada não, é que eu sou virgem.
Ele literalmente, parou. –Sério, você nunca transou? Nunca fez
sexo? Me fazia as mesmas perguntas seguidas, espantado e com um sorriso
disfarçado no rosto que parecia fingir acreditar mas que no fundo tava achando
graça.
Tentei ser atriz naquele momento, rebusquei o meu talento,
fiz uma cara meiga e triste, e disse que era virgem sim. Que o fato não tinha
nada a ver com a minha religião, ou por querer casar virgem, que apenas não
tinha encontrado uma pessoa especial para compartilhar comigo o momento mais
especial da minha vida.
Por um lado, eu não estava mentindo. Fiz sexo oral em 25
homens diferentes, dei meu rabo a 12 homens, numa cama de motel, num banco do
carro e até em banheiros públicos, mas era virgem de fato. Cientificamente
virgem, e talvez psicologicamente também, chupar um pau ou dar o cu não tem a
mesma seriedade de fazer um sexo vaginal, que pode mudar a vida de uma mulher e
até trazer uma gravidez. Sou virgem e ponto final. Tomara que quando eu for
perder minha virgindade com ele sangre horrores para ele ter certeza disso.
Achei lindo e muito romântico o que ele fez:
−Você é virgem mesmo? Meu Deus, você é
mesmo muito especial! ... e me beijou a testa!
Ficamos conversando na cama, ele em cima de mim me falando um
monte de coisas doces, sensatas, a experiência de um homem maduro, uma forma
singular de tratar uma mulher.
Eu perguntei para ele se o fato de eu ser virgem o havia
decepcionado ou desestimulado, ele me disse:
−Eu
não acredito que você está me perguntando isso... eu não acredito... você pensa
que você é só sexo? Você acha que eu estou com você só por causa disso? Eu
estou com você por tudo que vi em você e senti no primeiro dia em que te vi e
nos dias de convivência...
Voltamos
para a janela num afetuoso amasso. Sentei ele na poltrona e o beijei ajoelhada.
Ele me disse que eu era linda, perfeita, toda redondinha. Me fez levantar e dar
uma viradinha para ver cada parte do meu corpo. Sentei-me no colo dele e
ficamos nos beijando. Nesse momento, ele ficou louco para me dar um beijo no
meu peito, não deixei: −Amor, já estamos avançados demais, eu até me deitei na
sua cama...
−Garota
de Várias Faces, isso são apenas tabus que a sociedade impõe...
Eu
o encantei sim, porque sou jovem, desejável e bonita. O intuito dele era apenas
sexo, se não fosse, teria me levado para qualquer outro lugar, e não para casa
dele. Mas acho que eu o tenho em minhas mãos, mostrei para ele que não era só
sexo, quando eu disse que eu era virgem. Com beleza e com a minha virgindade,
eu posso ganhar esse homem, basta ser o suficiente inteligente.
Fomos
embora, com muito pesar, porque eu e ele queríamos ficar mais tempos juntos mas
eu dependia de ônibus para ir para casa. Pelo horário, eu poderia até perdê-lo,
fomos embora comendo um pavê delicioso que a empregada dele fez. Ele me disse
que se caso eu perdesse o ônibus me levaria em casa. Eu disse que não precisava
que eu poderia ligar para o meu pai, que ele não deveria ter esse trabalho
todo... mas claro que precisava e iria adorar chegar de Hyundai na minha casa.
Percebi
que no carro ele estava muito apreensivo. Pensava o que poderia deixá-lo assim,
talvez fosse o peso na consciência por estar se divertindo com um irmão doente
em estado terminal de AIDS.
Quando
chegamos na rodoviária, ele esperou eu entrar no ônibus, porque caso perdesse,
me levaria em casa. Assim que cheguei peguei o ônibus e liguei pra ele. Ele
passou ao lado do ônibus para que eu pudesse vê-lo, ele apareceu na janela e eu
coloquei a mão pra fora para que ele pudesse me ver. Achei isso tão romântico,
nunca tinha feito isso com ninguém.
Quando
cheguei em casa, liguei para ele, ele disse que estava na casa de um amigo que
era a caminho, e depois ia passar na casa da mãe para comer alguma coisa. Acho
que é mentira, era para ver o irmão doente, o irmão gêmeo dele é aidético, e
ele não gosta de comentar sobre o assunto, soube pela boca de terceiros.
Cheguei
em casa, meio insegura sobre o que tinha acontecido, eu não me perdi por
completo, não tirei a roupa, em nenhum momento ele tocou nos meus seios. Mas
não foi como planejei, foi um amasso quente, e nós mulheres perdemos o domínio
sobre um homem quando vamos para cama com eles. Deitei na cama, mas não me
entreguei. Senti muito tesão, mas não saciei os meus desejos. Não foi o
primeiro encontro perfeito, mas acho que foi bom o suficiente para deixar um
gosto de quero mais, uma coisa mais a ver e conquistar.
-
No
outro dia, eu decidi analisar o chão aonde estava pisando. Já sabia que ele
tinha uma quenga no mesmo lugar onde eu moro, mas não sabia de quem se tratava.
Conversei com uns vizinhos e logo recebi as informações que precisava para
saber que ele é um velho ordinário.
Ele
me disse que a menina não era morena e nem loira, tinha os cabelos castanhos.
Disseram-me que é uma galeguinha que mora atrás do campo. Pelo jeito ele gosta
de uma loira, a empregada que dizem que ele tem caso também é loira.
Ele
me disse que essa menina tem 23 anos, que eu ainda sou mais nova que ela, e que
se relaciona com ela há 3 anos. É mentira! A pessoa que me disse, até com cara
nojo, disse que ele pega essa menina desde menor.
A
menina é pobre demais, mora na zona mais pobre daqui do bairro, o lugar onde
ela mora até um tempo atrás não tinha nem energia elétrica. Não sei nem aonde
uma pessoa da classe dele poderia ter conhecido ela, mas homem é tudo safado e
caça sapo até no galinheiro.
Como
ela é muito pobre, e ele rico, ele deve bancar ela e a família dela também.
Caso contrário, a família não permitiria a audácia de ele pegar ela na porta de
casa.
Eu
já imaginava que ele era um insolente, mas não imaginava tanto. Uma raiva, um
ódio se abateu sobre mim, me deu até vergonha de me relacionar com uma pessoa
como ele, afinal, a pessoa que estava me contando isso é também nosso colega de
trabalho e conhece ele muito bem, poderia imaginar o motivo de eu estar
investigando a vida dele.
Uma
raiva, um ódio que prejudicou até a minha respiração, fiquei com falta de ar,
não consegui dormir a noite. Me deu vontade de falar horrores para ele no dia
seguinte e terminar o relacionamento.
Mas
terminar por quê? Ele é rico, ele tem tudo que eu sempre sonhei encontrar em um
homem, e mulherengo, todo homem é.
A minha emoção me mandava explodir e jogar
ele no inferno, mas a minha razão dizia que eu deveria reconsiderar, ele não é
tão pouco para eu jogar fora.
Minha
Mãe Oxum encheu a minha cabeça de inteligência e me fez guardar essa
informação, mas fingir que nada sabia. Sábia a mulher que finge acreditar num
homem. Se eu demonstrasse para ele que sei da coisa horrenda que ele é, e
continuasse com ele, eu estaria demonstrando que não tenho valor. Se eu quero
continuar com ele, é o que eu mais quero, devo fingir que acredito nele, que
estou com ele porque ele é um homem bom, amoroso e honesto.
Decidi
fazer isso. Só não sabia como controlaria a raiva no dia seguinte.
Usei
a inteligência que Deus me deu e que Mamãe Oxum aperfeiçoou, tratei ele bem no
dia seguinte, fingi que nada sabia, e quanto a raiva... foi fácil de controlar,
depois que a gente dorme, o amanhã é um outro dia. Fiz isso e tive uma
excelente surpresa.
Eu
estava com medo de nossa relação ser apenas um casinho, aliás até hoje tenho
medo disso. Mas me amedrontava ser tamanho casinho a ponto de ninguém saber do
nosso relacionamento, poxa, trabalhamos juntos, temos que esconder dos outros
na empresa, e entre quatro paredes e debaixo dos lençóis ele se esbaldar. Isso
não seria bom, mas ao mesmo tempo, normal, afinal tínhamos ficado apenas uma
vez.
Na
empresa, logo pela manhã quando chegou, eu estava trabalhando no laboratório
vizinho, ele passou me catando com os olhos. Isso me acendeu, afinal, gosto
dele, não nego, tenho tesão, e me deixou feliz, feliz em saber que tinha
alcançado um objetivo, ele estava louco por mim.
Mais
tarde, na cromatografia, fui conversar com ele, ele me disse que não gostaria
de esconder o nosso relacionamento, até porque não é proibido. Eu fiquei calada,
claro que gostaria que as pessoas soubessem, mas não queria que ele se sentisse
pressionado.
Depois
do almoço, estava conversando com ele na copa, quando as meninas do trabalho me
chamaram. Eu disse que não iria, estava ocupada. Mas elas são chatas,
insuportáveis e escandalosas, me fizeram ir até lá. Era que uma mulher estava
vendendo umas bolsas lá num laboratório reservado porque é proibido na empresa
os funcionários fazerem comércio. Me empurraram uma bolsa lá, eu quebrada sem
dinheiro para comprar, disse que não queria, e elas continuaram insistindo.
Continuei dizendo que não queria, quando Giovanni entrou no laboratório e
perguntou a vendedora: −Quanto é?
−
R$55,00
−E
a vista quanto, é?
−
R$50,00
−Pegue,
Garota de Várias Faces, é sua!
Eu
fiquei besta! Adorei a atitude dele, completamente mão aberta, mal a gente
ficou e já ganhei um presente, e um presente bem bacana. As meninas tiraram o
maior sarro, mas só por tirar mesmo, não imaginava que a gente estava ficando
realmente. Ele aproveitou o escândalo que as meninas fizeram para assumir o
nosso relacionamento, me pediu um selinho na frente de todo mundo. Fiquei super
sem graça, e dei.
A
partir de então, todos na empresa sabem da nossa relação. As meninas ficaram
surpresas e isso provocou muita inveja, não pelo que ele é, mas pelo que ele
tem e muitos pensam que estou com ele por interesse, ou que estou apaixonada me
iludindo. Espertos os que pensam na primeira opção.
Minha
relação com ele me prejudicou profissionalmente, todos já sabem, inclusive, os
meus chefes. A minha chance de contratação depois do estágio tornou-se
distante. Mas não me arrependo de nada do que fiz até agora, eu aproveitei o
que a vida me deu, se a sorte bateu na minha porta, abri e a deixei entrar.
Estamos
em um mês de relacionamento, e durante esse tempo, querido diário, tenho muitas
coisas para te contar. Apesar de ele ser o homem ideal para mim, com toda
riqueza que eu sempre desejei, percebi que gosto dele de verdade, me atrai, os
beijos, os abraços me acendem, já não sei mais como seria a minha vida sem ele.
Tenho medo de ele desgostar de mim da noite para o dia, do encanto acabar, é um
risco que eu corro todos os dias, amor é uma faca de dois gumes, essa relação é
um perigo, mas eu também sou uma mulher perigosa.
Em
pouco tempo que ficamos muitas coisas que antecedem um relacionamento sério
aconteceram, fui assumida na empresa, fui apresentada aos filhos dele, dei um
banquete de sexo oral e estou desejando perder a minha virgindade com ele.
Percebo que a coisa mais inteligente que eu já fiz na minha vida foi, fazer
anal e preservar o meu hímen, se eu não fosse virgem, ele não me levaria a
sério, me levaria para cama e nada mais.
Sei
que ele gosta de mim, aprecia a minha beleza, e os meus beijos ardentes, mas
ele não está aos meus pés e isso me preocupa. No início do relacionamento, ele
estava louco de encanto, fazia coisas totalmente inexplicáveis como essa de ter
me beijado lá na empresa na frente de todo mundo, agora percebo que ele está
mais frio, responde as minhas mensagens quando quer, não liga mais, não tem
tanto fogo para me ver. Sinceramente não sei o que fazer para ele voltar a ser
como era antes, estou sendo muito carinhosa, me demonstro apaixonada, tento ser
o mais fogosa possível. Mas ele não retribui o carinho, diz que tá apaixonado e
tem evitado os meus beijos.
Já
deixei claro que quero um relacionamento sério, ele também diz querer, aliás,
ele diz que já assumiu um relacionamento comigo. Mas não é bem isso. Namorada a
gente apresenta para os amigos como: −essa é minha namorada! Leva para passear,
liga todos os dias. Estamos num “ficar sério”, em que eu presto contas a ele do
que faço, dos meus dias, e fingimos e exigimos um ser fiel ao outro. É claro
que ele não é fiel a mim, e eu estou sendo acidentalmente, por burrice, talvez
por paixão, mas amanhã isso acaba, tenho um encontro marcado.
Preciso
ser mais amiga dele. Afinal, um homem se apaixona por uma mulher quando
encontra nela uma escrava sexual, uma mãe e uma amiga. Preciso pesquisar, ler
mais sobre bons assuntos, ele é um homem extremamente inteligente, culto,
vivido. Eu sou uma menina de apenas 19 anos, que não tenho muitas coisas boas a
falar e nem bons exemplos a mostrar, pelo contrário, preciso esconder o que
sou, o que faço, caso contrário, só seria amada por Jesus Cristo.
Demonstrar
que vou estar ao lado dele, cuidar dele, nos momentos em que ele estiver bem ou
estiver debilitado, como hoje que ele estava doente, e eu nem liguei. Deveria
ter me mostrado mais preocupada. É que na verdade, eu não me importo com
ninguém. Dar presentes bobos, como por exemplo, um chocolate. Nunca tinha
pensado nisso, não é nada demais levar um chocolate quando ele estiver lá na
empresa. Posso fazer declarações de amor, como por exemplo, um fone-mensagem,
dá um livro romântico com uma dedicatória, escrevendo cartas com fotos minhas.
Fazer
programas legais com ele, como levá-lo para festas, sair para tomar uma
cerveja, almoçar com ele.
É
tão poucas coisas que eu faço com ele, que às vezes penso ser muito fútil,
talvez o que ainda me prende a ele é a minha virgindade.
Não
sei o que ele pensa de mim, se me acha verdadeira ou dissimulada, não sei quais
são os planos dele quanto a minha pessoa, se é ficar comigo por um bom tempo ou
brincar e jogar fora. Mas eu sei exatamente o que eu quero, e vou ter o
minucioso de fazer tudo direitinho todos os dias para conseguir, esse homem vai
ser meu.
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