Poço de Tristeza

Querido diário, o sol que nascia a cada manhã, do qual intercedia a tua luz, hoje eu quero distância, eu sinto queimar todo o meu ser, e as minhas estranhas. Eu sinto a cabeça quente e o coração pegar fogo, já me sinto fora da razão, quase um louca, já exteriorizei todo o desespero que há dentro de mim, e não consigo sair deste fim de poço. O que eu devo fazer, dizer, ser, para deixar de ser assim, esse poço de tristeza.

Eu me sinto morta por dentro, não sei o que acontece, em que galinha preta eu pisei, mas eu não consigo deixar de ser infeliz. Eu já não consigo viver sem ter o amor das pessoas, eu mal consigo colocar em ordem as palavras, estou quase louca, em total desespero.

Eu sinto que cada passo é um vacilo, cada pulo é uma queda. As armadilhas estão em todas as partes.

Tanto tempo dura que já não sei mais, onde perdi a minha felicidade, alegria de viver, paz interior. Onde eu a perdi, onde irei encontrá-la, acho que não há mais fim, não há mais encontro, vou chegar ao ponto onde todos os meus sonhos e pesadelos serão verdade.

Hoje eu só preciso de um lugar onde eu tenha paz, e cerveja. Quando o álcool da cerveja percorre o meu corpo a dentro, eu sinto a paz repousar em mim, eu sinto a cabeça esfriar e a coragem de seguir em frente. Estou proibida de beber.

E não posso sair de casa para beber a minha cerveja, a cura para a minha loucura.

Não chores mais, pequena e frágil, Garota de Várias Faces, o mundo tem mais fases do que as suas faces. Entra num vazio onde só há você, esqueça as pessoas. Não se preocupe com a felicidade. Não chores mais, querida, essa tristeza terá um fim.