A vida é um eterno ir e vir. O ser humano tem uma mania
impreterível de guardar as coisas como se fossem eternas. Mal se sabe que a
vida leva, a vida traz. Uma vez eu ouvi que a vida é como um ônibus, tirando o
motorista e o cobrador, o resto é passageiro. Ah, e tem toda razão!
Boa noite, queridos leitores, talvez nem se lembrem da minha
existência e talvez ninguém mais leia essa merda aqui, porque até eu mesma,
proprietária desse blog, esqueci que o tinha. Não, eu nunca desisti de
escrever, porque é uma das coisas que eu mais amo, é um dos meus hobbys, não
adianta o dedo coça. Acho que pelo fato de eu ser tão grossa, ter um ar de
insensível, não consigo expressar as minhas emoções pelas palavras, e aí eu
escrevo, escrevo, escrevo e sai cada texto melancólico, por vezes, ardente,
outras cheios de razão. Mas eu amo escrever e vou continuar escrevendo essa
merda aqui, só não garanto a freqüência, como vocês irão ver minha vida deu um
“boom” em 2014, e eu não tenho tempo para mais nada, de repente, acordei para
vida, acordei para viver.
O homem que quase morri de amores em 2013, eu tive a
oportunidade de fisgá-lo de novo em 2014, lembro como hoje dia 13 de fevereiro
de 2014. O dia em que finalmente eu perdi minha virgindade com Giovanni
Ferreira de Andrade. Como meus leitores antigos sabem eu tenho experiência a
rodo com homem, cama, sexo, e até com mulher. Mas eu juro, até então, eu era
virgem. Eu explorei o sexo de outras maneiras, antes de perder a virgindade
vaginal, eu fiz sexo anal com 19 homens se eu não me perdi nas contas. Fora os
orais que eu fazia quando nem o cú ainda eu dava. 19 homens é muito? Imagina,
gente, 19 pessoas devem caber numa van, muito seria se eu tivesse pego gente
que só coubesse num ônibus, num trem, num avião. Mas eu confesso uma vez ou
outra vou num lugar e encontro alguém que já peguei, conheço alguém que é amigo
de alguém que já chupei, ou fico amiga de alguma menina que namora um cara que
eu já trepei e assim, vou ficando com fama de puta. Ah, mas eu juro que mesmo
passando o rodo eu era cientificamente virgem, sendo que virgindade significava
rompimento do hímen e o meu era intacto.
Dizem que as coisas que a gente mais quer, acontece quando a
gente menos espera. Assim foi a perda da minha virgindade com o homem que eu
amava. Lembro que foi no mesmo dia em que eu fiz a prova de habilitação do
Detran, fui reprovada, perdi, mas ganhei uma noite de amor com o homem que na
época era meu ídolo, minha coceirinha, meu calcanhar de Aquiles, noite essa,
por que não dizer, inesquecível. Eu não planejei nada, para mim era mais um dia
que a gente ia fazer a mesma coisa que a gente sempre fez, mas nessa noite
Giovanni tava notavelmente mais disposto a tirar minha virgindade. Mas ele
estava mais grosso comigo também, não me chupou e queria enfiar de qualquer
jeito. Lembra da história que quando terminamos, eu falei para nossos amigos
que ele era mole, devagar, sem jeito? Pois é, esse deve ter sido o motivo.
Ele tentou ser rude comigo, como uma forma de vingança, mas
Giovanni não é assim, logo logo ele amoleceu. Tentou meter de um jeito, enfiar
de outro, penetrar assim, assado, e não conseguia. Acho que a cavidade da minha
vagina é curta, e Giovanni, ah, vocês sabem, ele é bem dotado, muitíssimo
dotado! Terminou em que? Eu chupando o pau dele, e ele gozando na minha boca.
Como a gente sempre fazia das outras vezes.
Vesti minha calcinha, ele vestiu uma roupa dele em mim, achei
lindo o gesto de carinho e fomos conversar na varanda.
Giovanni encantado disse que eu estava diferente, mais bonita,
mais leve, mais atraente. Realmente, eu estava demonstrando ser mesmo mais
leve, cobrando menos, brigando menos, aproveitando o momento. Mas eu sei que o
encanto dele vinha de uma rosa seduzente e infalível chamada Maria Padilha. Ter
perdido a minha virgindade com o homem que eu amava, isso eu sei que eu devo a
Maria Padilha.
Quando tirei minha calcinha tava cheia de sangue, mostrei
para ele, satisfeito com um ar de papel de macho cumprido, ele falou: - Não
faça nada com o dedo, deixe que o resto eu tiro.
Que resto o quê, eu perdi meu cabaço com Giovanni naquela
noite e continuei achando que era virgem. Sangrei até o dia seguinte. Quando me
lavava, notava que minha buceta tava diferente, tinha mais abertura, mas mesmo
assim ainda achava que era virgem, pelo fato de ele não ter penetrado todo. Só
percebi que minha virgindade tinha ido para o beleléu quando fui transar com
outro, e aí tinha espaço, não deu trabalho para meter, não saiu sangue e não
senti dor nenhuma.
Tive uma única noite de amor no ano de 2014 com Giovanni. Uma
única noite para perceber que não valia a pena, que ele nunca foi e nunca será
homem para mim.
Eu pensei que o tinha reconquistado, que poderia fazer
diferente, que dessa vez seria mais duradouro, até que eu vi o mesmo filme do
passado se repetir. Eu ligava e ele não atendia, mandava mensagem, respondia
quando quer, marcava encontro e ele desmarcava com mil desculpas, e eu
simplesmente desencanei. De repente, me apareceu uma oportunidade de emprego,
em outra cidade, a oportunidade de morar sozinha, num lugar onde eu não
conhecia ninguém, isso me deixou mais distante de Giovanni, e consequentemente
me ajudou a esquecê-lo.
Eu trabalhei como estagiária numa empresa pública de
abastecimento de água. Sempre eu aproveitei todas as oportunidades, aprendi
muito, coloquei uma experiência de peso no meu currículo por mais uma vez ter
estagiado numa empresa pública, mas o salário não compensava, eu ganhava uma
merreca e não tinha perspectiva de contratação já que a empresa é pública e a
única forma de adentrar era concurso público, não tinha terceirizada no
laboratório. Lutei, viu, suei atrás de um emprego, toda semana tava na porta de
uma empresa de RH para entregar o meu currículo, o mesmo currículo para mesma
pessoa e às vezes até para mesma empresa. Procurava emprego aqui, mandava
currículo ali, me inscrevia numa site assim, e até que um dia eu vi uma menina
colocando anúncio no facebook que uma grande empresa do meu estado estava
precisando urgentemente de técnico em química.
Essa fábrica apesar de ser da terra, comercializa no nordeste
todo e tem começado a atacar o sudeste há pouco tempo, é bem conhecida, e
produz diversos produtos como café, suco, massas, molhos em geral.
Já ouvia falar que essa empresa não pagava bem a ninguém, que
era um inferno trabalhar lá, que a cobrança era demais, mas eu paguei para ver.
Eu não queria um mar de rosas, eu queria um emprego.
Participei da entrevista. Nunca falei tanta besteira na minha
vida. Apesar de normalmente me comunicar e me expressar bem, nesse dia fiquei
nervosa, gelei, falei pouco, mas fui escolhida, porque apesar de ter falado
pouco e ter um currículo pobre, eu me disponibilizei a morar na cidade por
conta da empresa, disse que entre a faculdade e o emprego, priorizaria o
emprego, e o gerente gostou disso.
Quando fui chamada para segunda entrevista, eu rescindi meu
estágio na empresa de água, larguei o processo seletivo do qual estava
participando para estágio numa empresa bem melhor, porque eu achava que já
estava tudo certo. Quando eu percebi que ainda não tinha nada certo, tremi nas
bases, quase enlouqueci. Mas graças a Deus deu tudo certo.
Deu tudo certo, mas eu tive que sair de casa. A empresa
exigiu que eu morasse na cidade. Fui, mas fui com o coração na mão em ter que
deixar a minha vidinha na minha casa, o meu papagaio que eu tanto amava, meus
pais, minha família! Lembro que arrumei minhas coisas aos prantos e deixei
minha mãe chorando no portão, dizendo que eu deveria arranjar um emprego mais
perto. Ao me despedir do meu bebezinho, minha mãe disse: - A gente vai cuidar
dela.
Na época, isso há 7 meses atrás, eu estava com o cabelo mais
longo e também mais claro, com um ar mais jovial, mais leve, de moça que tem
menos responsabilidades. 7 meses eu sei que é pouco, mas de lá para cá, tanta
coisa em minha vida mudou, só fisicamente andei cortando o cabelo, tratando
dele melhor, parei de pintar, e estou um pouco mais gordinha, a rotina de
trabalhar e estudar, a ansiedade e o estresse me fizeram engordar 10 quilos,
estou tentando fazer dieta, mas minha bebida eu não largo, chocolate eu não
resisto, uma pipoca de microondas às vezes cai bem.
Só Deus sabe como foi difícil minha chegada nessa cidade e a
adaptação. No emprego ocorreu tudo bem, demonstrei serviço a rodo, paguei de
boa moça e gostaram do meu trabalho, em uma semana eu aprendi tudo, em 2 meses
substitui uma menina que tirou férias. O problema não era o emprego, era o
lugar, uma pessoa que morava próximo a capital, de repente ir morar no agreste,
interior remoto do estado. Não tinha um dia que eu não chorasse com saudade do
meu bebê, que era meu chicletinho, vivia grudada em mim, como ela iria entender
a minha ausência? Fui acolhida por uma menina que nem me conhecia, mas aceitou
dividir a casa comigo. Ela já morava com outra pessoa e essa pessoa estava para
sair de casa, prometeu sair em junho, pois bem, essa pessoa só saiu em
setembro. Eu passei mais de 3 meses, dividindo o quarto e até a cama. E
confesso, a menina que me acolheu, com a qual eu dividia o quarto era muito
chata, tinha mania de limpeza, de organização, reclamava de tudo, era arrogante
e falava as coisas na minha cara. Eu pensava que nunca ia dar certo morar com
ela, mas eu engoli muito sapo, chorei muitas noites calada , uma vez até
ameacei sair de casa, mas a menina abrandou, afinal, precisa para dividir o
valor do aluguel, e eu acabei ficando, isso tem dado certo há 7 meses.
Na empresa, eu sou técnica em química, e na carteira é
assinado como inspetora de qualidade, a cachorrada já começa daí. A empresa não
se dispõe a me contratar como técnica para não ter a obrigatoriedade de pagar o
meu piso salarial. Eu não estudei para tá rodando a fábrica inteira, estudei
para fazer análises laboratoriais. Pois bem, lá eu faço análises, libero
tanque, medindo brix, quantidade de sólidos solúveis, meço ph, as pontes de
hidrogênio, faço análise para determinar a acidez do suco, mas também me
responsabilizo quando uma máquina pára ou quando algum operador faz merda.
Trabalho efetivamente como analista e inspetora de qualidade, e recebo como um
auxiliar.
É por essas e outras que eu fui desmotivando, e hoje não sou
uma das melhores funcionárias, mas faço minha parte, já estive passível de
demissão várias vezes, já briguei com analista colega de trabalho, briguei com
a técnica de segurança, já briguei com operador. Eu não suporto cinismo, falso
perfeccionismo e muito menos arrogância, abaixe a voz quando for falar comigo,
não sou sua mãe, nem sua cachorra para você pisar.
A maturidade que eu tenho hoje eu devo a essa empresa. Vamos
dar um nome fictício a essa empresa? Narutu, fábrica de sucos. Se hoje eu não
sou mais aquela menina que vivia chorando por causa de homem, que desistia
fácil das coisas, que não tinha perspectiva de vida, foi graças a Naturu, que
me mostrou a realidade, a vida como ela é, que me fez ver a importância do
conhecimento, de estudos, de crescimento, me fez ver que eu não quero ser para
vida inteira o que eu sou hoje, que eu preciso mudar urgentemente, buscar,
lutar, tentar, conseguir. Eu nunca vi a Narutu como uma fonte de navios de
dinheiro, a empresa onde eu ganharia bem, me aposentaria e ficaria por ali
mesmo, eu vi a Narutu como uma escola, e é isso que ela tem sido para mim, uma
grande escola.
Em 2014 me aconteceu uma coisa que eu esperava para 10 anos e
não para agora, sempre lutei, busquei, mas por desconfiar da minha própria
capacidade eu via essa realidade muito distante. Pois bem, não julgue a altura
de uma montanha até chegar ao ápice dela. Fui aprovada num concurso público da
Secretaria de Segurança Pública do meu estado para perícia no cargo
papiloscopista. E vocês devem estar se perguntando que diabos é isso?
Papiloscopista é o cara que faz a perícia através de impressões digitais,
trabalha com identificação criminal, cadavérica e civil. É o cara que vai da
emissão da sua carteira de identidade, até a identificação do criminoso que
roubou o seu carro ou identificação de um corpo totalmente desfigurado que não
está passível de reconhecimento.
Eu fiz o concurso buscando o mesmo que procuro em todos os
outros, estabilidade, salário bom, um horário de trabalho digno. Mas eu me
apaixonei pela papiloscopia, tornou-se ligeiramente minha segunda paixão depois
da química. Passei 2 meses na Academia de Polícia Civil sendo formada para
exercer a profissão, tive aulas com os melhores papiloscopistas do Brasil,
inclusive Clemil Araújo, que é um ícone nacional, visitei as salas de
arquivamento do instituto de identificação, onde se encontram todas as fichas
de identificação civil do meu estado, tive aulas no IML, contato com cadáver,
colheita de impressões digitais, tive aulas de levantamento de impressões em
local de crime, e putz, é tão simples e ao mesmo tempo tão difícil.
Foi fascinante esse período que passei na Acadepol. Mas não
foi nada fácil, para conciliar com o emprego tive que pedir para ser
transferida para o turno da madrugada, eu estudava pelo dia, trabalhava de
madrugada, engolia o sono, a fome, superava as correrias. Meu bebezinho faleceu
uma semana antes de iniciar o meu curso, fiquei sem chão, lembro que na primeira
semana eu chorava nas aulas lembrando dela. Nada na minha vida foi fácil.
E por fim, essa segunda fase do concurso acabou me
atrapalhando, eu estava como 16º colocada, e fui para 26º, sendo que são 8
vagas segundo o edital, mas que a expectativa é convocar mais. Passamos 2 meses
sendo capacitados para ocupar o cargo e não sermos nomeados? Como assim? Teve
gente que largou o emprego para abraçar essa oportunidade. E aí, essas pessoas
vão ficar a ver navios? Eu ouvi da boca do secretário adjunto de segurança no
dia da nossa formatura: - Todos serão convocados. / Mas aí, só Deus sabe
quando, o Estado não se posiciona, não diz uma data, um prazo, nem mesmo uma
previsão para nomeação dos aprovados nas carreiras periciais, enquanto o estado
de uma perícia morta sobrevive da Força Nacional e da perícia da polícia
federal. Enquanto isso eu vou vivendo e estudando para outros concursos.
Em 2014 eu me apaixonei! Vivi uma grande paixão, um sonho de
verão, a mais doce tentação, da qual eu não me arrependo, guardo tudo com muito
carinho e se eu tivesse um controle remoto na mão, eu apertaria replay.
Eu trabalhava horário administrativo na fábrica de sucos e
depois de um mês passei para o turno da tarde e conheci Eduardo. Lembro-me como
hoje, o dia em que eu fui liberar a produção de um suco de abacaxi na máquina
de 1 litro. Ele me olhou dos pés a cabeça, nunca tinha me visto, trabalhou dois
anos de madrugada, e naquele mês tinha acabado de voltar a trabalhar à tarde,
por ironia do destino, só para me conhecer.
Ele não me chamou atenção em nada, ele é feio. Mas o bicho é
o cão conseguiu meu número de telefone no mesmo dia em que me viu. Vivia
falando comigo no watzzap e eu não dava a mínima atenção, até que um dia eu
precisei de carona.
Falei com ele, e ele disse que ficaria me levando. O homem
não sossegava, dava em cima de mim todo dia, mandava textos e jornais pelo
watzzap, se declarando, pedindo uma chance, e eu nem aí, e ainda dizia as
meninas que moravam comigo que tinha um homem muito feio me paquerando.
Mas Eduardo foi me conquistando não pela beleza, mas pelo
coração, pelas atitudes, pela generosidade. Com o tempo fui me acostumando com
o cheirinho de perfume que eu sentia todos os dias ao ir coladinha com ele numa
Biz. Estava carente, já há 2 meses na cidade sem saber o que é homem, porque
Giovanni já estava me encostando na estante.
Resolvi dar uma chance para Eduardo. No dia em que eu caí nos
braços dele, por mim não me levantaria nunca mais.
Não dei de primeira, nem de segunda, nem de terceira. Demorei
um pouquinho para dar, mas Eduardo me derretia com a pegada, com os beijos, com
aquela chupada no pescoço.
Demorei para dar porque eu não sabia o que dar. Sempre fiz
sexo anal com meus casinhos, mas guardava minha virgindade para uma pessoa que
eu amasse, que eu tivesse sentimento. Há essa altura, eu ainda não tinha
percebido que eu já tinha perdido minha virgindade com Giovanni.
Eduardo também não tentava nada, pouco tempo depois, ele
demonstrou o motivo do receio dele. Conversou comigo, dizendo que queria
terminar. Quis saber o motivo, ele disse que era casado, que não era certo o
que estava fazendo comigo, que se eu não soubesse por ele, na certa, qualquer
pessoa da fábrica a qualquer momento poderia me contar.
E quem disse que a gente se deixou? Ali era minha noda de
caju, não me largava nem com Kiboa.
A primeira vez em que ele me viu nua parecia coisa de cinema.
Ele chegou mais cedo na minha casa, como sempre... dei uns beijos e deixei ele
na sala, disse que ia ao banheiro tomar banho e deixei a porta do banheiro
aberta propositalmente. Não demorou muito para ele aparecer na porta, olhando
para o meu rosto, mas os olhos corriam para aquilo, rs, eu disse a ele que
saísse pois não gostava de tomar banho com gente me olhando, puro charme.
Seguiu-me até o quarto, me jogou na cama, quando eu estava só de calcinha, e me
deu uns arrochos muito quentes, e de repente, saiu de cima de mim, eu não
entendi. Ele disse que a primeira vez não podia ser assim nas pressas. Mal
sabia ele que também era a minha primeira vez.
Eu podia ter rompido meu hímen com Giovanni, mas as delícias
do sexo eu só conheci com Eduardo, sexo de verdade, carne a carne, corpo a
corpo.
Nosso amor se resumia a sexo, ciúmes e carinho. Eu perdi as
contas de quantas noites, quantas manhãs Eduardo passou me chupando, me
machucando, me amando. Era uma delícia, uma das coisas mais gostosas da minha
vida.
Ele morria de ciúmes, o casado da história era ele, mas eu
era funcionária nova e modéstia parte, sou bonita, fazia sucesso com os homens
da fábrica, ele ficava louco. Me ameaçava de todas as maneiras que vocês possam
imaginar, se eu arranjasse outro homem.
Eu me apaixonei perdidamente por ele, porque eu nunca tinha
vivido algo assim na minha vida, sentir o carinho de um homem presente 24h, ter
a sede de me amar que ele tinha, fazer o sexo que ele fazia, eu me sentia
completa, amada, saciada. Tudo que Giovanni não me dava, Eduardo dava em dobro.
Ele é feio, semi analfabeto, roceiro, trabalha como operador
na fábrica onde eu trabalho como analista, cargo bem superior. Mas foi com ele
que eu vivi os momentos mais mágicos da minha vida. Querido diário, sabia que
eu nunca tive um homem para bater na porta 2, 3h da manhã? Foi um amor de
cinema, um sonho de verão!
Mas nada é para sempre, e essa lua de mel passou. Mulher é a
peste, é sempre igual. Começou a fase das cobranças, eu brigava com ele, queria
que ele fosse na minha casa todos os dias, não admitia ser trocada por futebol,
bares, amigos. No meio de tantas brigas, discussões quase todos os dias,
Eduardo terminou, disse que não poderíamos ter mais nada, porque ele sendo
casado, não poderia me dar a atenção que eu precisava.
Eu implorei para ele ficar comigo, e ele ficou. Lembro que
nossa última transa foi meia boca, ele estava meio que sem vontade, gozou
rápido, não me deixou satisfeita. Disse que ia passar em casa para tomar banho
e tirar o cheiro do meu perfume. Foi estranho. Não era a mesma coisa.
Nisso começou meu curso na Academia de Polícia, eu estudava
pelo dia, trabalhava de madrugada, e aí não tinha tempo para mais nada. Mas aí
acabou meu curso de Papiloscopia, e eu queria minha vida de volta, minhas
noites de volta, meu homem de volta, porque apesar de ser das outras, era como
se fosse meu.
Ao voltar para vida “real” eu percebi que Eduardo não queria
mais, e aí, surtei. Liguei para mulher dele, disse que era amante, inventei que
tava grávida de três meses. Ele acreditou, a família dele acreditou, um irmão
dele entrou em contato comigo para me convencer a não abortar. A fábrica
inteira ficou sabendo. A mulher dele foi bater na minha porta, e detalhe, junto
com ele. E ela ainda me ameaçava ir me encontrar na porta da fábrica.
E no meio de tanta confusão, só restou ressentimento entre
nós dois. Passei a vergonha de todos os nossos colegas de trabalho terem ficado
sabendo do ocorrido, mas isso para mim foi o menor problema, a arte do cinismo
eu tiro de letra. O que dói mesmo é minha felicidade com ele ter durado tão
pouco, eu vejo nos olhos dele que ele ainda me quer, mas preferiu priorizar o
relacionamento dele de 9 anos com a esposa, o tempo teve mais importância que a
emoção. E mais uma vez eu sou obrigada a tirar da minha cabeça pessoas que não
saíram do meu coração.
E por fim, eu tive que dar adeus ao meu bebezinho em 2014. Eu
tinha um papagaio fêmea que eu criava como filha. Sabia que eu ainda não
acredito que isso aconteceu? Hoje só restou o retrato dela comigo na cômoda do
meu quarto.
Lembro que minha amizade com Joaninha começou quando um dia
eu pedi para ela abaixar a cabeça, e demonstrei o gesto, por minha surpresa,
ela abaixou.
Desde então, Joaninha foi tudo em minha vida, eu nunca senti
um amor tão puro, tão verdadeiro, tão recíproco. As pessoas podem dar risada
disso que eu escrevo, mas só quem tem um bichinho de estimação, sabe o quanto
eles fazem diferença na nossa vida.
Joaninha mudou a minha vida, era ela quem estava comigo nos
momentos mais difíceis. Lembro que no dia que eu enchi a cara e vomitei a casa
toda, enquanto minha família me xingava e repudiava minha atitude, Joaninha
voou e pousou perto de mim com olhar de tristeza, como me perguntasse o que
estava acontecendo.
No dia em que eu me vesti de preto em pleno sábado, quem lê
meu diário sabe que dia de sábado eu uso branco, chorando, desgostosa da vida,
ameacei me matar, me jogar na frente de um caminhão, nesse dia cheguei até a ir
para pista, mas chegando lá desisti, o amor de Joaninha me fez desistir. Eu
tenho até foto desse dia, em que eu estava chorando e ela encostada em mim.
Era amor de mãe e filha.
Lembro quando deixava minha mão por perto, ela ia esfregar a
cabecinha dela pedindo carinho, ela já chegou até subir as escadas para vir
atrás da gente aqui em cima quando a gente apagava as lâmpadas lá embaixo e
íamos dormir, até cuscuz ela comia do meu prato. É amor demais para esquecer, é
amor demais para se conformar com essa falta, a gente até acostuma, mas não se
conforma.
Eu gripei no interior, e vir para casa na minha folga, uma
folga de três dias. Passei minha gripe para Joaninha, no segundo dia de folga,
percebi que estava escorrendo líquido do narizinho dela, até brinquei, dando
risada, dizendo que tudo que era meu ela compartilhava até a gripe. Maldita
gripe!
Viajei, deixei ela em casa brincando na gaiolinha dela como
um dia qualquer. Depois da minha viagem, minha mãe percebeu ela meio triste,
mas achou que era por minha falta, pois ela sempre ficava assim logo quando eu
viajava.
Quando se deram conta que a tristeza dela era doença foi
tarde demais, levaram para o veterinário, que detectou uma bronquite forte.
Meus pais ainda chegaram a comprar medicação, mas não adianta Joaninha morreu
na mesma noite.
Chega! Não quero mais falar sobre isso, lembrar desse momento
ruim, só quero falar de coisas boas, relembrar as coisas boas que ela trouxe
para minha vida. Eu senti um amor recíproco, completamente recíproco! Um amor
infinito, que eu sei que eu nunca mais irei ver na vida!
E hoje não tenho medo da vida, nem mesmo do retrocesso,
porque sei que ele é construtor do sucesso. 2014 foi o ano em que Deus me
colocou desafios, em que superei dores que eu pensei que seriam insuperáveis!
Eu acredito num 2015 melhor, acredito que alcançarei meus objetivos e que será
um ano de sonhadas realizações, porque eu creio em Deus e que a mão do Pai
sempre vai me amparar.
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