Querido diário, os dias vão passando, as lágrimas vão
secando, o tempo passando e levando consigo as lembranças. Lembranças de dor,
amor, paixão. Ah, se não fosse ele, eu só teria boas lembranças do meu estágio.
Mas eu fui me arriscar, me relacionar, e o pior de tudo, cometi a burrice de me
apaixonar, fruto da minha imaturidade. Mas se é quebrando a cara que a gente
aprende a viver, eu estou aprendendo.
Eu fui ao forró, 3 noites, dancei muito, bebi todas, beijei
um homem que me fez bem, que me fez por um momento esquecer todos os problemas.
Quinze dias depois as coisas vão se resolvendo, o fogo na
fogueira vai diminuindo, Giovanni que não me atendia o telefone, e eu furiosa
xingava, ofendia e fazia escândalos, agora ele me atende, conversa normal, até
com risadas como amigos, colegas de trabalho, e eu também não brigo mais, não
xingo, e respiro antes de falar.
Agora que eu já estou melhorzinha, ele vem me dá a explicação
que eu tanto queria, na verdade, eu só queria uma explicação, se ele tivesse me
dado, eu não teria xingado, ofendido e nem o difamado, mas ele preferiu ver a
bomba explodir, eu sou uma bomba. Ele me
disse que parou de me atender o telefone por insegurança, porque eu queria
perder a virgindade naquela semana e ele se sentiu inseguro, resolveu dar um
tempo.
Ah, é? E eu que me lascasse com as minhas dúvidas, passando a
semana ligando sem saber se ele estava com algum problema ou se o problema era
eu. Eu que esperei um telefonema, uma mensagem ao menos no dia do meu
aniversário, só me decepcionei.
Neste dia eu liguei para ele e conversamos normalmente, demos
risada, falamos do ambiente e colegas de trabalho, a conversa tava até boa até
falarmos de relacionamento para a discórdia ser semeada.
Ele foi extremamente sincero e cuspiu tudo que pensa ao meu
respeito, disse que eu não sou uma pessoa humilde, por ter chamado a
ex-namorada dele de morta de fome e interesseira, por ter dito que o carro do
meu pai era melhor que o dele.
Eu sou sim uma pessoa humilde, o meu diário bem sabe. Eu não
tenho problema nenhum em me relacionar com pessoas de uma classe mais baixa que
a minha, porém, essa mulher que eu chamei de “morta de fome” era a mulher que o
meu homem gostava, que ele passou 3 anos, e que eu nem sabia se havia mesmo
terminado, o jeito era confiar e ponto final. Se ela fosse feia, eu a chamaria
de feia, se ela fosse burra, a chamaria de burra. Afetaria o ponto fraco que
ela tivesse, não teria a chamado de morta de fome se não tivesse ciúmes dela.
O fato de eu ter falado que as condições dos meus pais era
melhor que a dele, foi só uma forma de provar que eu não tinha outros
interesses, a não ser, amorosos.
Mas isso doeu em Giovanni, para ele eu não presto, sou bruta
e soberba.
E ainda disse mais, pelo fato de eu ter colocado nas redes
sociais que estava cansada de homem mole, insinuando que esse homem mole era
ele, ele me disse: − Por que você não colocou que eu
fazia você gritar? ... que tinha que ficar tapando a sua boca para os vizinhos
não ouvirem...
Eu nunca ouvi Giovanni falar assim comigo. Mas por um lado
foi bom ter tido essa conversa franca cheia de sinceridade, eu precisava disso.
Também desabafei falei dos dias em que passei ligando para
ele, buscando uma explicação por todo aquele desdém. E ele não me atendeu, numa
falta de respeito tamanha de não atender o telefone.
Falei para ele que no meu aniversário, tantas pessoas me
ligaram e a mais importante não me ligou, que era ele.
Falei que passei mais de 15 dias sangrando pelo efeito
colateral do remédio, e ele sabia disso, e nem se importou com o meu estado
sensível de saúde. O remédio ajudou, mas quem me curou foi Deus e a minha Mãe
das Águas Doces. Mas ainda estou visivelmente magra pelo problema de saúde que
eu tive.
Falei que nunca exigi um relacionamento sério, apesar de
querer, o que mais me importava era estar com ele, era fazer amor com ele,
perder a virgindade com uma pessoa que eu gostava, que mexia com a minha
emoção.
Enquanto eu falava tudo isso, ele permanecia calado. Quando
Giovanni fica calado é por algum dos 3 motivos: está com raiva, não tem certeza
do que vai dizer ou está errado. Era a terceira alternativa.
E permaneceu calado, no final da conversa, deu meio que uma
esperança de voltarmos, ele disse que não tem nada para dizer, que não se sente
a vontade para falar, pelo menos POR ENQUANTO, depois de tudo que aconteceu.
Finalizei dizendo que estava com saudades e desliguei o
telefone.
Um dia depois, mandei uma mensagem perguntando se poderia
adicioná-lo novamente no face. Eu que pensava que ele nem iria responder, tomei
um susto quando ele respondeu o seguinte: −
Pode, gosto de conversar com você.
Isso
me fez pensar que há uma luz no fim do túnel, uma esperança de voltarmos, que
isso é raiva de momento e vai passar.
Mas
será que vale a pena voltar com uma pessoa que me fez tanto sofrer, que eu
nunca senti reciprocidade desde o início.
E
desde então não sei se devo tentar reatar ou se devo esquecer. Eu gosto dele,
minha maior vontade é estar com ele, mesmo que sendo apenas como amante. Mas se
apaixonar é uma merda, a gente acha que está tudo sob controle e quando ver
está totalmente dependente da pessoa, só fica bem se estiver bem com ela, penso
que a merda está feita e devo parar por aqui, para que a merda não fique maior.
Porque
dói hoje, dói amanhã, mas depois de amanhã vai doer menos, uma hora o tempo vai
secar sua lágrima, e você vai se acostumar com a ausência daquela pessoa que
era o seu tudo.
E
ainda por cima, já sei quem é a namorada que ele tinha (ou tem) aqui. Uma das
meninas mais bonitas do bairro. Castigo pior eu não pude ter. Para aumentar
minha dor de cotovelo é uma loira de profundos olhos azuis e de um corpo
bonito. Não tenho certeza se é ela, mas todas as evidências apontam.
Deixa
o tempo passar, o meio vai dar o conforto ao meu coração.
Passar por tudo isso o que está passando, em buisca de um amor que realmente valha a pena é suicídio. Lembre-se que a vida é que nem um jogo de video-game: nunca se deve passar para a próxima fase, sem antes explorar bem a fase em que está. Ser feliz não quer dizer ter alguém. Feliciade é um estado profundo de espírito.
ResponderExcluirDepois passa lá:
http://thebigdogtales.blogspot.com.br/2013/07/sindrome-do-panico.html