Querido diário, eu prometi para mim mesma que não iria mais
escrever nada sobre aquele que me fez conhecer o amor, mas também a decepção, a
dor e o sofrimento. Mas eu preciso colocar pra fora toda essa emoção que sufoca
o meu coração, e não tem por onde sair.
Cinco anos se passaram, e eu não sou mais aquela menina pura,
de ensino médio, que nunca tinha sido tocada por ninguém, que se apaixonou por
ele perdidamente sem pensar nas consequências, sem pensar nas marcas que esse
relacionamento causaria. O tempo passou, me fez mudar muito, crescer,
amadurecer, quem sabe, apodrecer como mulher... mas não apagou o que passou. É
em momentos como esse, que eu percebo que esse sentimento ainda está vivo
dentro de mim, que eu tento esconder ao colocar a cabeça todos os dias no
travesseiro, ao pensar que eu não tenho mais você.
Às vezes eu quase
enlouqueço, ao pensar que eu te amei tanto, de uma forma tão magnífica, tão
forte, tão intensa e eterna, e que hoje você não faz mais parte da minha vida,
que não deve nem mais lembrar de mim.
Você foi o primeiro homem que eu amei. Aos 15 anos, pura,
virgem, de boca, de buceta, de coração, eu nunca tinha me relacionado com
ninguém, me encantei com o seu jeito, com a sua amizade, me apaixonei, me
apaixonei perdidamente, e me surpreendeu esse sentimento ser recíproco. Você
brincava, mas eu levava a sério, eu te esperava, te respeitava, zelava o que eu
sentia. O que só eu sentia, eu sempre amei sozinha, você nunca sentiu metade da
metade do que eu senti.
Brincou com o meu coração, mas não é o culpado, a culpada fui
eu que me deixei estar vulnerável, que deixei você brincar comigo, e que se eu
pudesse, ainda estaria brincando até hoje. Era uma doce ilusão, talvez a
mentira me fazia mais feliz do que a verdade. Eu fui muito feliz. Infeliz
também.
Eu sei que perdi pra sempre, na verdade, eu nunca o tive,
porque ele é do tipo que só ama a ele mesmo e ponto final, que fica com a
mulher que achar mais coerente e só. Mas eu perdi o pouco que tinha, a
liberdade de falar com ele em momentos como esse, em que o passado pesava no
meu presente, nos momentos que eu lembrava tudo que ele foi e não é mais.
São só momentos, este é apenas um momento. Eu não sou mais a
mesma, hoje eu sou uma pessoa feliz, aventureira e de muitos e breves amores.
Mas são momentos como esse que eu penso que nada mudou, que a menina boba
apaixonada, que se encantou por um cara a distância continua viva dentro de
mim.
Eu sou o que ele foi comigo. Talvez hoje não seria a mesma se
eu não o tive conhecido. Foi esse amor que me deu forças pra viver, que já me
fez ter vontade de morrer, mas que continua vivo dentro de mim.
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